É preciso pensar que a Covid-19 é uma fase. Mas, o que vem depois disso? Como serão os eventos após a pandemia? Não há como pensar no passado, presente e futuro sem imaginar o poder e a transformação que a arquitetura promove em todos os tempos e espaços. Construir algo pensando no futuro é vislumbrar a promoção do bem-estar, da sustentabilidade, da tecnologia e do compartilhamento e otimização de ambientes.
A elaboração de um projeto para eventos tem como objetivo a otimização de funcionalidades e o estabelecimento de uma comunicação estruturada, organizada e equilibrada entre as diversas áreas. A arquitetura proporciona facilidades, ambientes planejados e interações estratégicas, podendo ser aplicada a diversas necessidade para uma melhor atuação do promotor de evento para seus expositores, visitantes e parceiros.
O modelo drive-in é popular para exibição de filmes, mas também pode funcionar como uma ótima forma de driblar as aglomerações e atender as restrições impostas por governos com os cuidados para o novo coronavírus em shows. No Brasil, alguns lugares já realizaram apresentações neste formato, as pessoas ficam em um mesmo espaço, porém dentro do próprio carro assistindo o espetáculo. Já no Reino Unido, o primeiro show socialmente distanciado aconteceu recentemente, no segundo semestre de 2020, em Newcastle. 500 plataformas de metal elevadas separadas, cada uma acomodando até cinco pessoas da mesma família/domicílio. Álcool em gel para as mãos e frigobar incluídos.
Diante das mudanças no cenário de eventos, a arquitetura cenográfica deve promover uma estrutura sinérgica entre todas as áreas e etapas de criação, montagem, realização e entrega, buscando estabelecer uma conexão entre todos os ambientes e com ainda mais segurança. “Acredito muito que a cenografia é o encantamento de um evento, por isso é tão fundamental que esteja alinhada com o mote do cliente. A pandemia veio para aguçar ainda mais a nossa criatividade a favor da ambientação de uma cena que encante seus espectadores. Busco uma cenografia que se sustente, que aguce e que traga referência. Que transforme ou marque de alguma forma as pessoas que por ela passarão”, afirma a arquiteta, cenógrafa e designer, Bia Gadia.
Para a profissional, o momento está sendo um desafio, um verdadeiro mergulho em novas experiências. “A cenografia envolve vários insights, normalmente baseados em um roteiro predefinido para o espetáculo. Todo o cenário e a construção de sensações e sentidos para o público estão em jogo. Painéis de fundo, mobiliário, cores, identidade visual, iluminação e quaisquer outros elementos visuais estão inseridos. Além disso, tem o poder de reconstruir espaços, imprimindo percepções diferentes onde quer que seja”, explica Bia Gadia.