Cor é estética, é mensagem, é estilo, e é também um recurso terapêutico reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A chamada “Cromoterapia” ou “Terapia das Cores” auxilia em diferentes tratamentos – desde lesões na pele, até doenças respiratórias agudas -, fazendo uso da frequência luminosa para conseguir equilibrar sentimentos e emoções, harmonizando a saúde física, mental, emocional e espiritual do usuário. A arquitetura pode ser uma grande aliada nesse contexto, contribuindo com a criação de espaços que favoreçam a qualidade restauradora do ambiente.
Para a arquiteta e designer Bia Gadia, cor não é uma camada extra de decoração que vem depois da construção do espaço: a cor cria o espaço. “Consideramos o seu poder de transmitir sentimentos, humores ou emoções. Precisamos pensar nas cores certas, seja lá qual for a construção. Pode ser de uma casa, de um hospital, de uma escola, de um escritório. Tudo deve ser analisado, buscando preservar a saúde mental e física de todos”, ressalta.
Segundo a arquiteta, cada cor é associada a uma função e, por isso, em cada ambiente deve ser escolhida uma cor da paleta de acordo com critérios precisos. “Escolher a cor errada para um espaço pode afetar o nosso humor, nossa vitalidade e nossas capacidades. É por isso que devemos considerar quais são as cores mais adequadas para a funcionalidade de cada ambiente da casa. Tudo consiste em utilizar cores para restaurar o equilíbrio físico e energético do corpo”, detalha a profissional da arquitetura que atua no setor há 20 anos.
Você pode até não notar a princípio, mas o seu cérebro, a partir do momento em que fica em contato com determinado ambiente, produz diferentes substâncias no seu corpo, e isso pode alterar o seu humor e comportamento a curto ou longo prazo. Isso porque apenas 5% dos efeitos são notáveis; os outros 95% ocorrem apenas no cérebro, de maneira imperceptível. “Por isso, buscamos por uma arquitetura biopsicossocial, ou seja, aquela preocupada realmente com o ser humano. Conhecemos primeiro as necessidades do cliente e analisamos o perfil de todos que convivem no mesmo ambiente. Assim, co-criamos soluções com os usuários, considerando todos os parâmetros do que chamamos de Arquitetura 5.0”, pontua Bia Gadia.