Se uma pessoa é instigada a imaginar um cenário de completo relaxamento, ela dificilmente imaginará um escritório ou um shopping como fonte de conforto e tranquilidade. O mais provável que a primeira imagem que vem à mente seja um lugar cercado pela natureza, talvez algo próximo a uma floresta, montanhas, mar. Cidades do mundo todo tem tomado iniciativas na direção de integrar – ou mesmo aproximar – as pessoas que vivem em centros urbanos da natureza.
A arquitetura é uma grande aliada nesse processo de conexão espaço construído e natureza. Segundo a arquiteta e designer, Bia Gadia, é preciso criar projetos que envolvam a mente e o corpo com o ambiente, focado na saúde e bem estar das pessoas que convivem no mesmo espaço. “As vantagens de inserir a biofilia nos projetos arquitetônicos são inúmeras: ajuda a reduzir o estresse; aumenta o bem-estar e estimula a criatividade; Além de aumentar a produtividade em ambientes corporativos; ser mais rentável em ambientes de varejo; reduzir o tempo de internação em espaços de saúde; e até ajudar os alunos a se concentrarem mais nos ambientes educacionais”, pontua.
Estudos comprovam que os ambientes com vegetação influenciam a mente humana de forma positiva, reduzindo os níveis de estresse e ansiedade, melhorando o humor e concentração. Bia Gadia explica que é a partir daí que entram os elementos importantes da natureza: água, ar, luz solar e vegetação. “Não é apenas na esfera pública que a arquitetura biofílica ganha espaço. Residências podem se valer dessa importante conexão entre homem e natureza. Uma casa ou apartamento pode muito bem ser projetado com elementos capazes de promover essa integração, independente do tamanho”, completa a arquiteta.
Na construção civil esta tendência também tem se fortalecido muito nos últimos anos e percebe-se uma maior curiosidade e interesse por construções que agreguem a sustentabilidade com o conforto dos usuários, além de uma maior integração ao entorno. Por isso, a biofilia tem ganhado diversos adeptos. “Venho apostando no desenvolvimento de projetos sustentáveis, na arquitetura com mais essência e menos tendência e no design biofílico, saudável e ergonômico, minimizando os impactos no meio ambiente e proporcionando qualidade de vida, autonomia, acessibilidade, segurança, praticidade e conforto aos usuários”, detalha Bia Gadia.
Conheça os principais elementos da biofilia:
Vegetação
Integrar a vegetação com a arquitetura e trazer o verde para dentro do ambiente pode ser muito benéfico para o bem-estar. Além disso, as plantas são purificadoras naturais do ar, melhorando a qualidade do ar interno.
Água
A inserção de fontes, lagos e espelhos d´água são formas criativas de integrar a natureza no design biofílico. Além do efeito estético, há o barulho da água que pode despertar outras sensações de bem-estar.
Formas orgânicas
Hoje, a maioria dos nossos materiais de construção e decoração possuem linhas e ângulos retos, mas as formas orgânicas (que são sinuosas e imitam os elementos naturais) trazem harmonia para o ambiente, além de oferecer uma sensação de bem-estar.
Luz natural
A utilização eficiente e criativa da luz natural nos interiores é uma das formas de integrar a construção com a natureza, além de trazer economicidade em relação ao consumo de energia elétrica.
Ventilação natural
Abrir a janela e deixar entrar ar fresco também é importante para ajudar nessa conexão. Através de uma janela aberta podemos ouvir o som da chuva, o vento ou pássaros cantando, conectando-nos ao clima.
Materiais naturais
Materiais naturais como madeira, pedra e bambu são preferíveis no design biofílico. Esses materiais oferecem uma variedade de texturas e padrões que reproduzem a variação sensorial que experimentamos na natureza.