Como um edifício saudável e sustentável pode contribuir para a gestão hospitalar?

A preocupação quanto ao impacto na saúde produzido pelos edifícios é consistente com o valor essencial dos profissionais da saúde, ou seja, não prejudicar. Imagine se os centros de tratamento de câncer fossem construídos sem materiais que provoquem câncer?; se as clínicas pediátricas fossem erguidas sem empregar materiais que desencadeiam asma?; se os hospitais oferecessem alimentos saudáveis? A sustentabilidade vai muito além de água, energia, papel e lixo. É a conquista de uma nova consciência, na qual a preocupação com o meio ambiente prevalece.

Ser sustentável envolve a execução de estratégias ecologicamente corretas, economicamente viáveis e socialmente justas. E isso tem tudo a ver com a saúde tanto dos seres vivos, quanto dos ambientes onde eles vivem. Boa parte das doenças que acomete as pessoas é adquirida durante o curso de suas vidas, de acordo com seus hábitos e os espaços frequentados. Como cerca de 90% do tempo diário do ser humano é em locais fechados, aspectos diversos da edificação contribuem para deixar uma pessoa mais suscetível ou não a doenças crônicas.

A covid-19 lançou um olhar mais atento e preocupado com os hábitos e costumes. A doença trouxe repercussões não apenas de ordem biomédica e epidemiológica em escala global, mas também impactos sociais, econômicos, culturais e históricos sem precedentes. As novas projeções do estado de pandemia mundial criam um cenário de incertezas para a economia e desencadeiam enormes desafios nos sistemas de saúde. Os novos caminhos a serem traçados também perpassam pela arquitetura hospitalar, pois está ligada diretamente à prevenção e promoção da saúde. O ambiente é o grande responsável pelo estado de saúde humano, principalmente quando se fala de hospitais, pois esses espaços são frequentados por pessoas debilitadas e sensíveis às mais leves variações das condições do local que as envolve. Dessa forma, é fundamental discutir a edificação saudável como influenciadora do bem-estar físico e mental das pessoas e, porque não, de sua cura.

São numerosos os benefícios da implementação de edifícios saudáveis nas instituições da saúde. Um bom projeto arquitetônico pode proporcionar uma boa experiência aos usuários, reduzir o número de funcionários, acelerar o atendimento, facilitar a orientação, a circulação de pessoas e de bens materiais, encurtar distâncias de interligação entre setores, e aumentar o bem-estar promovendo a cura, acelerando o processo da alta e rotatividade dos clientes. Além disso, diminuir os custos no consumo de eletricidade: a luz natural e uma qualidade de ar interior saudável podem melhorar a produtividade, manter o pessoal e melhorar os resultados; uma seleção cuidadosa dos materiais para acabamentos de interiores pode reduzir o trabalho na limpeza e os custos de manutenção; e ainda a absorção acústica, que interfere no conforto, principalmente, de pacientes internados.

Segundo a arquiteta e urbanista, Bia Gadia, especialista há quase 20 anos em arquitetura sustentável, design de interiores e arquitetura hospitalar, os profissionais que se dedicam ao Setor Saúde precisam ter um olhar atento a tudo isso. “É nesse momento que as avenidas da arquitetura se cruzam com a medicina. Onde antes o foco de uma era na edificação e o da outra era na doença, hoje medicina e arquitetura caminham juntas e seguem integrando às áreas preventiva, preditiva, participativa e personalizada”, pontua.

A arquiteta ainda ressalta que a arquitetura para a Saúde é muito mais que seguir legislações e normativas. É necessário entender que um hospital, clínica, laboratório ou outro serviço do setor, requer uma visão sistêmica, holística, inovadora e diferenciada para proporcionar acolhimento, bem-estar, humanização e cuidado para todos os usuários.⁣⁣ “A nossa missão é obedecer vários requisitos para promover praticidade, segurança e controle de infecções. Com tudo que estamos vivendo, a arquitetura tem um papel primordial no planejamento e execução de um projeto neste segmento. Essa nova estrutura traz inovação, sustentabilidade, ergonomia, flexibilidade. É uma arquitetura cheia de propósito. O ambiente hospitalar deve ser agradável, convidativo, indutor do relaxamento, tranquilidade e alegria. Além disso, deve ser um espaço curativo, humanizado, produtivo, sustentável, saudável, e um design resiliente com mais essência e menos tendência, e que a natureza seja o padrão”, detalha. ⁣⁣

Segundo a profissional, CEO da Bia Gadia Arquitetura e Design, a sua empresa tem investido recursos e apostado no desenvolvimento de projetos sustentáveis, no design biofílico, saudável e ergonômico. “Buscamos minimizar os impactos no meio ambiente, proporcionando qualidade de vida, autonomia, acessibilidade, segurança, praticidade e conforto aos usuários”, completa. Desse modo, é possível perceber como os serviços de um arquiteto impactam diretamente na gestão hospitalar, pois é ele que vai trazer uma arquitetura colaborativa, capaz de influenciar de forma positiva a experiência dos usuários, cuidando do seu bem-estar físico, psíquico e emocional. A arquitetura hospitalar é valor estratégico ao segmento saúde e deve promover uma sinergia entre todas as áreas durante as etapas do projeto: co-criação, execução e finalização, para que possa cumprir a sua verdadeira missão com o gestor e o cliente/colaborador/usuário.

SANITIZAÇÃO E SAUDABILIDADE DO AMBIENTE
No que se refere a higiene, o primeiro ponto que se destaca é a necessidade de controle de infecção, sendo a principal ação a correta higienização das mãos. Correlacionado a esse assunto, está a escolha de materiais de acabamento de pisos, paredes e tetos, bem como dos móveis, que determina a facilidade de limpeza, a durabilidade e a eficiência da manutenção.

Dentre os novos conceitos da arquitetura hospitalar que proporcionam uma rápida e boa recuperação do paciente, está a sanitização do ambiente, que é superior a uma limpeza comum e que retira todos os resquícios de ácaros, fungos e bactérias. São necessários equipamentos especiais utilizados durante o procedimento específico para uma higienização minuciosa. Ou seja, uma sanitização adequada oferece a proteção necessária para uma melhor qualidade de vida que, aliada a uma boa arquitetura, pode contribuir para prevenir e combater a propagação de doenças virais, como a covid-19. Tudo isso garante a saudabilidade do ambiente construído: segurança, saúde e qualidade de vida para todos e, de forma definitiva, para as futuras gerações.

Como saber se o arquiteto está praticando a boa arquitetura, ou melhor, uma arquitetura saudável? O Healthy Building Certificate para Profissionais (HBC-PRO) é a certificação conferida a profissionais que são capazes de criar ou manter espaços saudáveis em sua interação com a vida humana. É o primeiro certificado mundial para construções, profissionais e produtos da construção que leva em consideração elementos de saúde e bem-estar.

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