A neuroarquitetura tem ganhado cada vez mais espaço nas conversas entre arquitetos e tem sido muito utilizada nos projetos, seja num ambiente hospitalar, corporativo, escolar, ou até mesmo na própria residência. Imagine hospitais com caminhos tão intuitivos que ninguém se perde neles, ou maternidades cuja arquitetura ajuda no desenvolvimento cerebral dos bebês, ou locais que atendem as necessidades físicas e psicológicas do trabalhador, promovendo maior produtividade e humanização? É inegável que os ambientes provocam reações. A forma que ele é projetado pode impactar diretamente na rotina, estimular o trabalho e proporcionar um melhor atendimento.
A arquiteta e design Bia Gadia fala mais sobre os benefícios dessa tendência para quem quer criar um ambiente humanizado, que proporciona vida, saúde e bem-estar. “Eu utilizo muito o processo neurocriativo em meus projetos. É através dele que vemos como é importante entender e compreender as pessoas, os usuários, suas necessidades e comportamentos. O primeiro passo com o cliente é pedir pra ele contar toda a sua história de vida, seus sonhos, medos, necessidades…entender a sua cultura, quem são as pessoas do seu convívio, o que fazem, quem é a família dele…por onde andam e o que gostam de fazer nos finais de semana e nas horas vagas”, pontua.
Para Bia Gadia, entender essas pessoas envolvidas no seu projeto é fundamental. “A maioria dos clientes se emocionam, pois buscam na memória momentos ou hábitos que deixaram de ter pela rotina do trabalho ou do dia a dia. A arquitetura pode reconstruir essas histórias, memórias e proporcionar uma experiência maravilhosa para o nosso cliente. E, nesse mesmo momento com os insights que vou tendo e perguntando, vou construindo minha paleta de cores, materiais, mobiliários, revestimentos, acabamentos. Eu consigo entender a verdadeira identidade dele para aquele ambiente”, explica a arquiteta que possui uma empresa em São Paulo e tem uma carreira de quase 20 anos.
Segundo a profissional, o design de sucesso não se trata simplesmente de moldar os ambientes por si só, mas sim, como a interação do cliente com os ambientes podem moldar o cérebro e sensações. “Para a neuroarquitetura, nada é mais fundamental do que sentir-se bem. A arquitetura é vida, é cura. Há muito tempo ela deixou de ser vista pra ser vivida. Temos um presente muito grande em nossas mãos e vamos usufruir disso da melhor forma possível”, aconselha Bia Gadia.